A Justiça de Santa Catarina marcou para o dia 28 de agosto o julgamento do júri popular de Claudia Tavares Hoeckler, mulher acusada de dopar, matar o companheiro e esconder o corpo dele em um freezer na cidade de Lacerdópolis, no Oeste do estado.
O crime ocorreu em novembro de 2022, quando Valdemir Hoeckler, de 52 anos, foi encontrado após ficar cinco dias desaparecido na residência onde o casal vivia. O processo tramita em segredo de Justiça.
A sessão está prevista para acontecer na Câmara de Vereadores de Capinzal, respeitando protocolos de segurança e a capacidade máxima do local.
Claudia responde por homicídio duplamente qualificado — por asfixia e uso de recurso que impediu a defesa da vítima —, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Ela chegou a confessar o crime e ficou presa entre novembro de 2022 e agosto de 2023, quando foi liberada sob monitoramento por tornozeleira eletrônica. No entanto, voltou a ser presa em junho deste ano, após decisão da Justiça devido à gravidade do caso.
Professora, Claudia tem uma filha com a vítima. Três dias depois de comunicar o desaparecimento do marido, prestou depoimento na delegacia, não sendo inicialmente considerada suspeita. Contudo, a polícia notou ferimentos no corpo dela, indicativos de luta corporal.
Apesar de ter concordado em realizar exame de corpo de delito e liberar a casa para perícia, Claudia desapareceu após deixar a delegacia.
Na época, ela e sua defesa alegaram que o homicídio foi motivado por uma sequência de episódios de violência doméstica, com agressões físicas, psicológicas e financeiras durante mais de 20 anos. A polícia, contudo, afirma que Claudia agiu sozinha.
Durante o depoimento, a professora também relatou ter sido proibida pelo marido de participar de uma confraternização de fim de ano com colegas em Abdon Batista e afirmou ter recebido ameaças de morte antes do crime.